sábado, 12 de janeiro de 2013

Diário do Viajante – especial Volta ao Mundo


Ainda girando pela África, o casal Ivan Marques e Gabriela Gambi dá continuidade ao projeto Volta ao Mundo e nos envia o último relato diretamente do Quênia. A viagem que começou em outubro  ainda tem outros 18 países pela frente. Confira abaixo o relato e as fotos desse trecho da viagem, enviados exclusivamente para o blog da Friends, e pense se você também não pode realizar um sonho desses.



Olá amigos da Friends in the World

Antes de continuar o relato da nossa aventura, esperamos que todos tenham tido um feliz Natal e excelente Ano Novo!

Voltamos aqui pra contar como foi nossa passagem pelo Quênia. Esse país disfruta de uma das melhores estruturas para safári de todo leste africano e pode oferecer experiências únicas com os animais que se espera encontrar nesta região.

O céu é o limite para se gastar em resorts no meio da savana, onde o serviço cinco estrelas pode fazer com que você tome café-da-manhã observando um lago cheio de hipopótamos. Por outro lado, há muitas opções baratas em que mochileiros do mundo inteiro se reúnem em busca de uma boa festa e um beliche compartilhado com tantos outros viajantes.

Nossa passagem pelo país se dividiu em duas: primeiro visitamos o fantástico parque nacional do Masai Mara, um pequeno pedaço de savana localizado ao norte do Serengueti (Tanzânia) e lar de muitas zebras, gnus, elefantes, leões e toda turma da planície sem fim. Nossa segunda passagem pelo país se deu alguns dias depois de visitarmos os gorilas da montanha em Uganda, no caminho de volta à Nairobi.

 A busca pelos big 5 no Masai Mara é constante e é quase garantido que você encontrará todos eles. É desse local que os animais partem para a “grande migração”, cruzando o rio Mara e seguindo para as verdes planícies do lado tanzaniano.

Quando passamos por lá infelizmente a migração tinha acabado de acontecer e só pudemos ver os restos (literalmente) dos animais que morreram no trajeto. Muitos predadores espreitam à margem do rio aguardando o momento certo de atacar os pobres gnus, zebras e gazelas que tentam fazer a travessia. Eles acabam sendo prato cheio para crocodilos, leões e outros carnívoros que tiram a barriga da miséria nessas duas semanas em que acontece a passagem.

Outro ponto alto da nossa passagem pelo parque foi visitar uma vila Masai. Liderados pelo chefe da tribo, os masai nos mostraram como vivem tradicionalmente, seu sistema de casamento e de formação do guerreiro. Até hoje eles ainda caçam leões (apesar da atividade ser controlada e eles só poderem matar os animais mais velhos) como rito de passagem para a vida adulta. Demonstrações de dança e muitos artesanatos fazem parte dessa visita um tanto quanto turística para a nosso ritmo de viajante independente.

Na volta de Uganda fomos conhecer outros parques super interessantes no país. Fizemos um trajeto que passou por dois lagos que também são parques nacionais e contém uma boa quantidade de animais. Vindo do oeste para o leste, depois de conhecermos a fonte do rio Nilo em Jinja, passamos pelo Lago Nakuro onde pudemos ver de perto rinocerontes brancos, flamingos e uma infinidade de pelicanos. Foi ali que conseguimos ver também os animais dentro de uma vegetação mais alta e densa, transformando a pequena floresta que circunda o lago em uma espécie de santuário para gazelas e macacos.

Depois de Nakuro ficamos alguns dias à margem do lago Naivasha. Aqui, por estarmos muito próximos da capital, grandes casas de veraneio dividem espaço com campings para mochileiros. O lago em si é uma boa opção para relaxar, com cavalos, motos e bicicletas para alugar. O que decidimos fazer, no entanto, foi conhecer um pequeno e relativamente novo parque nacional chamado Hell’s Gate. O nome de filme de terror nada tem a ver com o que se vê dentro do parque (a origem do nome vem de fontes termais que jorram água fervendo pelas rochas). Pelo contrário, o local foi usado como cenário para vários filmes como o jogo Tomb Raider (o segundo) e serviu de inspiração para os desenhistas da Disney criarem o cenário de O Rei Leão.

Apesar do felino famoso não há predadores por perto, deixando o caminho livre para a proliferação de zebras, girafas, famílias de javalis, gazelas e outros herbívoros. O mais interessante deste parque é que, justamente pela ausência de carnívoros, você pode andar livremente, sem carros ou guias, aproveitando a paisagem exuberante e os animais que estão a poucos metros da estrada.
Nossa escolha foi alugar bicicletas e percorrer o lugar todo em um dia inteiro de paz e tranquilidade. Recomendadíssimo!

Além deste parque existem outras atrações na região como tomar um chá inglês completo, com direito a bolos e tortas em uma casa colonial, fazer excursões de barco para admirar pássaros ou mesmo ficar de preguiça na beira da piscina admirando os simpáticos hipopótamos na beira do lago.

Após esse merecido descanso nosso tour pelo país chegou ao fim. Após retornar a Nairobi e nos despedir dos amigos que nos acompanhavam desde a Tanzânia, pegamos o avião rumo à Adis Abeba, a capital da Etiópia. Esse é o tema de nosso próximo relato, aguardem!

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