Dos mergulhos no Mar
Vermelho, passando pela capital Cairo até explorações históricas, o Egito é o mais
novo cenário da viagem de Volta ao Mundo que o casal Ivan Marques e Gabriela
Gambi começou em outubro do ano passado. Leia com exclusividade no blog da Friends a última aventura do casal. Mais dicas,
detalhes e muitas fotos também estão disponíveis na página criada por eles, dedicada a compartilhar
cada experiência e os momentos especiais dessa trajetória.
“Olá amigos da
Friends in the World,
Hoje vamos falar do país que mais deixou o casal aqui com
saudades: o Egito. Foi difícil sair de lá. A ideia inicial era de passarmos
vinte dias e acabamos ficando trinta e dois!
Além da imagem tradicional das múmias, muita areia,
camelos e o eventual oásis, o Egito tem muita coisa a se explorar.
Nos ativemos a duas partes bastante diferentes mas que se
complementam em uma viagem ideal pelo país: a parte histórica que margeia o rio
Nilo e os mergulhos no Mar Vermelho.
Começamos pelo Sinai, onde uma grande porção de deserto
rochoso é banhando pelo Mar Vermelho transformando o golfo em um dos melhores
pontos de mergulho do mundo! A diversidade de coloridos e animais é
impressionante. Com muitas operadoras profissionais a região é a verdadeira
Meca para o esporte.
A joia da coroa, sem dúvida nenhuma, é a pequena e
sossegada cidade de Dahab – uma de nossas prediletas até agora. Dali pode-se
fazer todos os tipos de mergulho (não perca “the islands”, “blue hole” e o
famoso Thistlegorm – um navio da II Guerra Mundial naufragado - absolutamente
fantástico), de iniciantes a avançados. Com sorte, vê-se animais grandes como
arraias, tubarões e tartarugas, mas quem dá um show são os pequenos e uma
infinita parede de corais.
Quem gostar mais de badalação e glamour pode trocar a
pacata Dahab pelo agito dos grandes resorts e baladas de Sharm El Sheikh. A 100
km ao sul, essa cidade é a resposta do Egito aos neons e cassinos de Las Vegas,
transformando um paraíso na beira do Mar Vermelho em uma cidade altamente
sofisticada e moderna.
Depois de recarregarmos as baterias com mergulhos
fabulosos resolvemos começar o circuito histórico dos antigos faraós e grandes
construções que resistiram aos tempos e nos brindam com sua magnitude.
Começamos pelo Cairo, onde mais uma vez o Couch Surfing –
rede social onde os membros abrigam os viajantes – nos presenteou com um novo
amigo que abriu as portas de sua casa para nos receber. Com Ahmed, nosso amigo
egípcio, conhecemos algo mais que as famosas pirâmides de Giza.
Tiramos um dia para conhecer a cidadela de Salah Al-Din,
grande rei árabe que expulsou os cristãos da Terra Santa e conquistou quase
todo o Oriente Médio. Ali, tem-se uma visão privilegiada da região, além de
desfrutar de excelentes museus (militar, da polícia e da localidade) e uma
mesquita incrível. Tudo dentro de uma cidade medieval murada – imperdível!
Outro programa bacana é passear pelo parque Al Azhar no fim do dia para ver o
pôr do sol.
O Cairo ainda conta com uma ilha no meio do Nilo que é o
bairro mais badalado da cidade, trata-se de Zamalek, onde se concentram lojas
descoladas e restaurantes sofisticados. Ali comemos o melhor camarão de todo
Egito, além de pratos ocidentais e fusion.
Programa que requer tempo - porém vale a pena ser feito -
é uma longa e calma visita ao Museu do Cairo. Com uma coleção interminável de
achados arqueológicos de todo o país, o local consegue de maneira didática
contar a história complexa de todas as dinastias de faraós, seus feitos e
objetos que marcaram época. Vá preparado, pois talvez um dia não seja
suficiente se você for muito detalhista, o lugar é enorme!
Nos sentindo preparados para ver ao vivo o que o museu
nos ensinou, encaramos a aventura de ir ao encontro das famosas pirâmides de
Giza. As três irmãs, únicas maravilhas sobreviventes do mundo antigo, são de
fato impressionantes. Por mais turístico que pareça não deixe de visitar esse
local fantástico. Só muito cuidado com os golpistas que te assediam o tempo
todo. Mesmo com essa chateação, o lugar vale cada “não” que você certamente vai
ter que falar para o mar de ambulantes querendo vender algo.
Depois de alguns dias dissemos adeus ao Cairo rumo a uma
das experiências que fizeram do Egito um lugar marcante: reservamos uma cabine
privada no trem noturno para Aswan. O passeio, que não existe no Brasil, tem
todo o glamour que se espera: cabine reservada, camas montadas na hora de
dormir por um mordomo, refeições, e a visão maravilhosa de acordar ao lado do
Nilo em movimento. Muita gente pega um vôo entre os dois pontos, por ser a
opção mais rápida, mas a aventura fica ainda maior se você for de trem.
De Aswan fizemos todo o circuito tradicional para
conhecer as ruínas do antigo Egito: descemos até Abu Simbel, passamos pelas
ilhas do Nilo próximas à cidade e terminamos em Luxor, capital do antigo
império.
Abu Simbel é um programa fantástico não só pelo seu valor
histórico inigualável, mas também pela obra de engenharia dos anos 60, que
impediu que o templo fosse inundado por uma represa que seria construída. A
obra transportou o monumento pedra por pedra para um ponto mais alto. É de cair
o queixo pensar que aquele monumento, comparável às pirâmides do ponto de vista
do tamanho, foi todo reconstruído, como se fosse um Lego.
Baseados em Aswan, outro lugar que nos chamou a atenção
foi a Ilha de Philae, onde fica o Templo de Isis. Esse templo também sofreu o
“efeito Lego”, sendo transportado de sua ilha original que também seria
inundada para a que hoje está. A ilha é linda e o templo mais ainda, super preservado!
De Aswuan seguimos rio acima para a antiga capital do
Egito na época dos faraós: Luxor. Ali está concentrada a maior parte das
grandes construções faraônicas divididas entre os dois lados do Nilo. Do lado
esquerdo, onde o sol nasce, se concentra a cidade dos vivos, com templos
gigantescos e super bem preservados como Karnak e o Templo de Luxor. Já do lado
direito, onde o sol se deita, a Necrópoles (cidade dos mortos), onde estão os
túmulos dos faraós, suas rainhas, nobres e trabalhadores, tudo em riquíssimas
câmaras funerárias finamente decoradas. Gostamos tanto da cidade que ficamos
quase uma semana!
O fim de nossa expedição (quase arqueológica) pelo Egito
foi na cidade de Alexandria, no delta do Nilo. A cidade, que no seu tempo de
ouro foi a capital do Egito moderno e grande polo cultural, hoje tenta resgatar
a velha forma. Apesar de não ser mais a mesma, Alexandria conta com boas opções
de visita de um dia, partindo do Cairo (2 horas, trem ou ônibus), como a
Biblioteca Alexandrina (fantástica!) e o forte de Al Qaitbey, que guarda a baía
no Mediterrâneo.
Ah, não deixe de experimentar um almoço tradicional
egípcio de frutos do mar, absolutamente imperdível!
Depois de nos apaixonarmos pelo Egito, era hora de seguir
viagem. Seguimos dali para Israel, onde teríamos nossa primeira visita nessas
nossas andanças: a mãe da Gabi iria nos encontrar para descobrir o país
conosco.
Vocês também vem junto?”