O
sonho de explorar destinos dos mais comuns aos mais inusitados do casal Ivan
Marques e Gabriela Gambi segue por Israel. Como sempre, o texto é cheio de
dicas muito legais para quem pretende conhecer o país e sua rica cultura. Leia
e delicie-se com esse episódio da série Diário do Viajante – especial Volta ao
Mundo, exclusivo do blog da Friends
e visite também a página mantida
pelos viajantes, que traz ainda mais detalhes de cada lugar visitado.
“Olá amigos da Friends in the World!
Após quase esquecermos do tempo no Egito atravessamos a
fronteira para o Israel em busca dos destinos bíblicos da confluência de etnias
e religiões. Por ser um país muito pequeno é bem possível atravessá-lo
conhecendo seus pontos principais em pouco tempo – nós dedicamos duas semanas e
conseguimos ver bastante coisa.
Começamos atravessando a fronteira em Eilat, única cidade
de praia no Mar Vermelho dos israelenses e, apesar da fama de difícil, cruzar a
fronteira foi bem tranquilo. Dali pegamos o primeiro ônibus para Tel Aviv. Assustamos
ao perceber que durante as quatro horas de estrada tínhamos internet wi-fi
disponível. Incrível, não?
Tel Aviv é uma cidade muito moderna, com uma vibe de
praia e sofisticação. Os próprios israelenses acreditam que a cidade vive numa
bolha que a separa dos famosos conflitos que levam Israel às páginas dos
jornais. Ali é possível desfrutar de praia (até aceitável pra nós
brasileiros!), bons restaurantes e uma parte histórica bem interessante em Old
Jaffa. Dica boa é pegar algum bar com jazz ao vivo e aproveitar o por do sol em
algum restaurante no porto da antiga cidade.
Partindo em busca dos sítios históricos viajamos de trem
(também tem internet!!!) para Haifa, localizada ao norte e mais ou menos uma
hora de Tel Aviv. A cidade é conhecida por abrigar a sede de da religião Bahai
com seus jardins maravilhosos e crença que absorve o judaísmo, cristianismo e o
islamismo. De fato, o ponto alto da visita à cidade é mesmo o jardim que se
estende morro abaixo de maneira impecável. Além disso, Haifa detém alguns
sítios bíblicos como a caverna do profeta Elias e a igreja de Maria.
Como o país é realmente pequeno fizemos de Haifa nossa
capital do norte, e usamos sua excelente rede rodo/ferroviária para conhecer
outras cidades em volta como Akko, Nazaré e Hosh Hanikrá.
Akko foi o ponto alto da visita ao norte do país. A
cidade foi o principal porto na época das cruzadas e até hoje guarda os
castelos, túneis e mesquitas que fizeram do lugar o coração pulsante da invasão
europeia no século X e XI. É muito bacana se perder nas ruelas da cidade
medieval e explorar a fortaleza na beira do azul do mediterrâneo. Vale uma
visita de dia inteiro.
Tivemos o azar de ir para Nazaré num domingo. Isso porque
apesar dos centros cristãos estarem abertos (a Basílica da anunciação estava
lotada e com missa!), a cidade é predominantemente árabe e famosa por seus
restaurantes de alta gastronomia. Com tudo fechado, só deu pra ver as igrejas e
saborear o melhor doce árabe (mel com pistaches!!!) que comemos no país.
De Haifa partimos para Tiberias, cidade localizada à
margem do Mar da Galileia. O lugar é conhecido por ser a região onde Jesus
teria passado boa parte de sua vida, onde recrutou seus apóstolos e fez muitos
de seus milagres (andou sobre as águas, multiplicou pães, vinho e peixes etc.).
Com sinceridade, se o interesse for religioso e de fé vale a pena ir até lá e
passar dois ou três dias. Do contrário pularíamos essa região que apesar de
rica em história pouco tem a mostrar de resquícios dessa época. Visitamos as
ruínas da suposta casa de São Pedro e as pedras que marcam o milagre das
multiplicação de alimentos de Jesus, mas nada além. Nosso destino seguinte
seria muito mais interessante: Jerusalém!
A cidade sagrada para cristãos, judeus e muçulmanos tem
uma certa mágica que inspira religiosidade. Além desse traço marcante e
onipresente a cidade se mostra rica em atrações e deslumbrantemente linda na
mistura entre o antigo e o novo.
Em uma das pontas da Jaffa Road fica um dos museus mais
impressionantes que já visitamos, o Museu do Holocausto – parada obrigatória!
Na outra ponta está a Jerusalém murada, a cidade que tantos cobiça(ra)m e a
maior concentração de importância religiosa do planeta. Dá pra ficar uma
semaninha fácil fácil só pulando de igreja em igreja (tem pra todos os gostos:
armênia, católica, grego-ortodoxa, etíope etc.) ou de mesquita em mesquita ou
ainda de sinagoga em sinagoga. Agora, o mais legal mesmo é sentir a diversidade
religiosa e a capacidade de coexistência num espaço que apesar de labiríntico,
nem é tão grande assim. Certamente o ponto alto da visita ao país.
Israel foi uma experiência bem bacana na nossa viagem: um
país minúsculo com todas as facilidades para o viajante (hotéis, comida e
transporte público) e muitas opções de lugares e atividades. Pra quem tem pouco
tempo pra viajar e quer conhecer um país inteiro, é destino certo!“