quarta-feira, 27 de março de 2013

Diário do Viajante - especial Volta ao MUndo


O sonho de explorar destinos dos mais comuns aos mais inusitados do casal Ivan Marques e Gabriela Gambi segue por Israel. Como sempre, o texto é cheio de dicas muito legais para quem pretende conhecer o país e sua rica cultura. Leia e delicie-se com esse episódio da série Diário do Viajante – especial Volta ao Mundo, exclusivo do blog da Friends e visite também a página mantida pelos viajantes, que traz ainda mais detalhes de cada lugar visitado.

“Olá amigos da Friends in the World!

Após quase esquecermos do tempo no Egito atravessamos a fronteira para o Israel em busca dos destinos bíblicos da confluência de etnias e religiões. Por ser um país muito pequeno é bem possível atravessá-lo conhecendo seus pontos principais em pouco tempo – nós dedicamos duas semanas e conseguimos ver bastante coisa.

Começamos atravessando a fronteira em Eilat, única cidade de praia no Mar Vermelho dos israelenses e, apesar da fama de difícil, cruzar a fronteira foi bem tranquilo. Dali pegamos o primeiro ônibus para Tel Aviv. Assustamos ao perceber que durante as quatro horas de estrada tínhamos internet wi-fi disponível. Incrível, não?


Tel Aviv é uma cidade muito moderna, com uma vibe de praia e sofisticação. Os próprios israelenses acreditam que a cidade vive numa bolha que a separa dos famosos conflitos que levam Israel às páginas dos jornais. Ali é possível desfrutar de praia (até aceitável pra nós brasileiros!), bons restaurantes e uma parte histórica bem interessante em Old Jaffa. Dica boa é pegar algum bar com jazz ao vivo e aproveitar o por do sol em algum restaurante no porto da antiga cidade.

Partindo em busca dos sítios históricos viajamos de trem (também tem internet!!!) para Haifa, localizada ao norte e mais ou menos uma hora de Tel Aviv. A cidade é conhecida por abrigar a sede de da religião Bahai com seus jardins maravilhosos e crença que absorve o judaísmo, cristianismo e o islamismo. De fato, o ponto alto da visita à cidade é mesmo o jardim que se estende morro abaixo de maneira impecável. Além disso, Haifa detém alguns sítios bíblicos como a caverna do profeta Elias e a igreja de Maria.

Como o país é realmente pequeno fizemos de Haifa nossa capital do norte, e usamos sua excelente rede rodo/ferroviária para conhecer outras cidades em volta como Akko, Nazaré e Hosh Hanikrá.


Akko foi o ponto alto da visita ao norte do país. A cidade foi o principal porto na época das cruzadas e até hoje guarda os castelos, túneis e mesquitas que fizeram do lugar o coração pulsante da invasão europeia no século X e XI. É muito bacana se perder nas ruelas da cidade medieval e explorar a fortaleza na beira do azul do mediterrâneo. Vale uma visita de dia inteiro.

Tivemos o azar de ir para Nazaré num domingo. Isso porque apesar dos centros cristãos estarem abertos (a Basílica da anunciação estava lotada e com missa!), a cidade é predominantemente árabe e famosa por seus restaurantes de alta gastronomia. Com tudo fechado, só deu pra ver as igrejas e saborear o melhor doce árabe (mel com pistaches!!!) que comemos no país.

De Haifa partimos para Tiberias, cidade localizada à margem do Mar da Galileia. O lugar é conhecido por ser a região onde Jesus teria passado boa parte de sua vida, onde recrutou seus apóstolos e fez muitos de seus milagres (andou sobre as águas, multiplicou pães, vinho e peixes etc.). Com sinceridade, se o interesse for religioso e de fé vale a pena ir até lá e passar dois ou três dias. Do contrário pularíamos essa região que apesar de rica em história pouco tem a mostrar de resquícios dessa época. Visitamos as ruínas da suposta casa de São Pedro e as pedras que marcam o milagre das multiplicação de alimentos de Jesus, mas nada além. Nosso destino seguinte seria muito mais interessante: Jerusalém!


A cidade sagrada para cristãos, judeus e muçulmanos tem uma certa mágica que inspira religiosidade. Além desse traço marcante e onipresente a cidade se mostra rica em atrações e deslumbrantemente linda na mistura entre o antigo e o novo.

Em uma das pontas da Jaffa Road fica um dos museus mais impressionantes que já visitamos, o Museu do Holocausto – parada obrigatória! Na outra ponta está a Jerusalém murada, a cidade que tantos cobiça(ra)m e a maior concentração de importância religiosa do planeta. Dá pra ficar uma semaninha fácil fácil só pulando de igreja em igreja (tem pra todos os gostos: armênia, católica, grego-ortodoxa, etíope etc.) ou de mesquita em mesquita ou ainda de sinagoga em sinagoga. Agora, o mais legal mesmo é sentir a diversidade religiosa e a capacidade de coexistência num espaço que apesar de labiríntico, nem é tão grande assim. Certamente o ponto alto da visita ao país.

 De Jerusalém pode-se ainda fazer alguns passeios em volta da cidade. O mais tradicional é ir até Massada e conhecer o Mar Morto. Não fizemos isso em Israel porque nos programamos pra “mergulhar” do lado jordaniano mas já adianto que vale muito a pena. Outro passeio bacana é ir até Belém conhecer a igreja da Natividade e ver um pouco como é a vida sofrida dos palestinos restritos à murada Cisjordânia.

Israel foi uma experiência bem bacana na nossa viagem: um país minúsculo com todas as facilidades para o viajante (hotéis, comida e transporte público) e muitas opções de lugares e atividades. Pra quem tem pouco tempo pra viajar e quer conhecer um país inteiro, é destino certo!“

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