quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Diário do Viajante – especial Volta ao Mundo


A viagem de volta do mundo do casal Ivan Marques e Gabriela Gambi, com previsão de dez meses, começou pela África do Sul e a primeira parada foi Cape Town, a capital legislativa do país. Ainda em clima de lua de mel, os recém-casados escolheram uma pousada agradável na cidade que muita vezes é comparada ao Rio de Janeiro por conta do clima de descontração e a simpatia do povo.

Com muita caminhada para explorar os principais atrativos da cidade, uma das paradas foi a Table Montain, que reserva uma “vista absolutamente magnífica e é onde acontece um dos fenômenos mais bonitos da natureza: uma cascata de nuvens que escorrem pelo topo da montanha até cobrir parte da cidade e do mar”, segundo Ivan.

Outro momento especial foi o passeio pelo Robben Island.  A intensidade da ilha, pela sua história no apartheid e pela memória das lideranças políticas. “As celas ficam ainda menores quando são colocadas em perspectiva pelo tempo de carceragem, pela "cama" de cobertor no chão duro e pelas cartas escritas à mão para as famílias”, relata Ivan no blog http://www.esefossemospara.org/ sobre o impacto gerado pelo lugar.

Mas, capítulo à parte, o vento foi presença constante nesse primeiro destino. Implacável, o fenômeno é uma constante no dia a dia da cidade. Outra dificuldade foi a de entender o trânsito, que segundo o casal, por ser de “mão inglesa” acaba sendo meio caótico para quem não está acostumado.

Com um roteiro extenso a cumprir nos próximos meses, os dois viajantes seguiram para Knysna (que pronuncia-se náisna). Cidade acolhedora, onde os habitantes param o carro no meio da rua pra conversar. Já em Western Cape, surpreenderam-se com o fato de brancos e negros falarem o afrikaan (tipo um holandês-africanizado) no dia a dia. O inglês, fica restrito à língua burocrática e de comunicação com os turistas.

Lá, alugaram bicicletas e foram pedalar pelas principais atrações da cidade, uma rota que vai beirando o mar até um estreito chamado The Heads. Lugar de paisagens muito bonitas e com mirantes para belas fotos. Sem os perigos de dirigir um veículo na tal “mão inglesa”, a experiência pilotando as bicicletas também não foi das mais fáceis: fizeram uma rotatória pela contramão e atravessaram a rua de bike sem ter a menor ideia de onde poderia vir um carro.

A parada seguinte conquistou a Gabriela. Eles foram a uma cervejaria artesanal, orgânica, sustentável e economicamente solidária chamada Mitchell’s Brewery, com direito a visita pela pequena fábrica e degustação dos sete tipos de cerveja produzidos no local.

Em Plettenberg Bay foram mais uma vez surpreendidos pela alta qualidade dos hostels na África do Sul: cozinha super estruturada, jardim, sala com direito a lareira e limpeza diária dos dormitórios e banheiros conjuntos.

Com praias bonitas, mas muito parecidas com as belas praias brasileiras, o casal se encantou mesmo com o Elvis, funcionário do hostel muito simpático e que falou uma das coisas mais significativas sobre as mudanças no país pós apartheid: “Na Oxford Street, a principal avenida de East London, todos os brancos falam xhosa puro”. Demonstrando o tipo de inversão e mudança de paradigma que isto representa.

O papo os incentivou a aprender algumas palavras do dialeto cheios de clicks, que são os estalidos que os xhosas fazem quando falam, porque são consoantes no meio da frase. Esforçados, né?

A aventura nesse destino ficou por conta do passeio para avistar as baleias que passam pela região como rota de imigração no período de inverno. Mesmo com roupas impermeáveis ficaram ensopados, enfrentaram vento e frio, passaram mal, mas viram as baleias, com direito a ficarem pertinho de uma mãe e seu filhote.

 A chuva não ajudou muito no ponto seguinte da viagem: o Parque Nacional de Tsitsikama, a Storms River Mouth, mas a viagem até lá teve história e algumas dicas. “Fomos de Plettemberg Bay para Storms River Village por uma linha de ônibus local chamada City to City – funciona bem mas os assentos são muito (muito!) apertados, não dá pra fazer uma viagem maior do que 2,5hs. A vila mais próxima do parque nacional fica a 14km e tem pouco mais do que 2 mil habitantes e umas 4 ruas. Se não quiser gastar com restaurantes (todos caros), leve provisões porque os dois espertões aqui tiveram que ficar dois dias a base de pão, atum, maionese e Cheerios”, orienta Ivan para quem quiser visitar a região.

E no fim da estadia no local ficaram sabendo que Tsitsikama, em Khoi, significa "lugar de água permanente".

Agora é só aguardarmos por mais notícias e histórias do casal e se deliciar com essa viagem de sonhos, que tem o apoio da Friends.

Nenhum comentário:

Postar um comentário